Quase 20 leitores do G1 enviaram seus registros da passagem do objeto.
Instituto de Pesquisas Espaciais diz que não pode afirmar do que se trata.
Entre o final da tarde e o começo da noite de domingo (17), a visão de uma "mancha" que se deslocava pelos céus da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e deixava um rastro por onde passava fez com que quase 20 leitores do G1 encaminhassem seus vídeos e fotos com o registro do objeto.
O funcionário público Raphael Dias, de 25 anos,
filmou o fenômeno de sua casa, em Realengo, por volta das 17h30: “Avião deixa
rastro de fumaça. Mas isso que eu filmei o rastro ia apagando. No final,
desapareceu”.
O leitor Carlos Sidney Ferreira Dutrain, que mora
em Nova Iguaçu, na região metropolitana do RJ, também filmou o fenômeno por
volta das 17h do domingo (18). "Estávamos eu, minha esposa e minha filha
no quintal de casa quando minha mulher avistou a situação", relata.
O leitor Andrei Martins Soncin Santos, de 18 anos, fotografou
“uma luz incandescente” que “apareceu no céu” em São João de Meriti por volta
das 18h30. “Era visível a olho nu”, lembra ele. O internauta afirma que ficou
surpreso, e começou a filmar “para saber se, com o zoom da câmera, dava para
ver o que era”. No entanto, ele não conseguiu identificar o objeto.
O Instituto Nacional de Pesquisas
Nacionais não quis levantar hipóteses sobre qual seria o objeto visto. Mas,
segundo a assessoria de imprensa do órgão, "uma das pesquisadoras chegou a
considerar que, pela foto, até parece um meteoro, porém ela mesma ressaltou que
no vídeo a passagem parece ser muito lenta. Os meteoros costumam ser muito mais
rápidos do que aparece no vídeo. O próprio exemplo do meteoro da Rússia
mostra isso".
O astrônomo
Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional, acredita na possibilidade
de um avião e descarta a ideia de o objeto ser um meteoro. "Se durou de 5
a 10 minutos como relatado, não foi um meteoro. Pela hora do dia, com o sol já
baixo, a coloração avermelhada do traço é devida ao reflexo do sol. Então, a
explicação mais plausível é que foi um avião. O fato de ver ele 'caindo' é
apenas um efeito visual, devido a que a trajetória do avião segue a curvatura
da Terra e, portanto, em algum momento ele deve sumir abaixo do
horizonte."
Ele complementa
dizendo que "quando o avião voa à uma altura em que em que o ar é muito
seco e frio, o ar quente e úmido que sai da turbina se condensa rapidamente e
forma o rastro de nuvens ou de 'fumaça' que é observado. É o mesmo efeito que
faz com que quando você está num lugar muito frio, você consiga ver o vapor da
sua respiração. As nuvens de vapor se dissipam logo em seguida, e o efeito
passa rapidamente".
A professora
Jéssica Alves de Medeiros percebeu que havia algo diferente no céu e achou que
fosse uma estrela cadente. No entanto, o namorado da leitora, Vinícius Abreu
Areas, alegou que a velocidade estava muito lenta para ser uma estrela cadente.
Foi quando o casal decidiu começar a fotografar. “Demorou uns dez minutos”, diz
Jéssica, que mora em Campo Grande. “Eu achei legal. Queria saber o que era.”
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