Existe uma frase que eu amo e da qual não sei a autoria que diz
assim: “Mede-se a evolução de uma alma pelo numero de almas que ela
influencia beneficamente”. Acredito que nada sintetiza mais fielmente o
trabalho das grandes almas que aportam no orbe terrestre desde sempre, a
mando de Jesus, visando o progresso do planeta. Nascem e crescem como
qualquer homem comum, experimentam problemas da matéria densa e convivem
com pessoas nas mais variadas situações. A forma com que esta
convivência se dá e a maneira com que atravessam as vicissitudes durante
a vida, se tornando exemplo de superação e dignidade, é que apontam a
real diferença da maturidade espiritual daquele ser. Não são daqui. Não
podem ser. Não são terráqueos. São seres vindos de outras esferas de
luz, que já percorreram o caminho evolutivo em outros mundos e optaram
por renascer na Terra, por que nos enxergam como irmãos (como os homens
deveriam se enxergar, desde sempre) e querem ajudar, contribuir e
realizar não para si e sim, para o próximo.
Tudo em uma grande alma assume caráter humanitário. Por que o
Espírito de luz traz em seu programa reencarnatório, o trabalho pelo bem
do próximo como seu objetivo primordial. Já entendeu que trabalhando
para a felicidade do outro está em realidade,contribuindo para sua
própria felicidade e progresso. Afinal, estamos todos interligados,
somos todos um. Por mais que o mergulho na matéria densa tenha retirado
as lembranças reminescentes de seu propósito de vida, este se mostra
desde sempre nas aptidões, na profissão escolhida, na escolha do local e
tipo de trabalho e estudo, e principalmente, na imensa fé em Deus.
Estamos falando agora de fé: aquisição espiritual da maior importância.
Sim, fé é uma aquisição do Espírito. E existem vários tipos de fé em
Deus, não é verdade? A maioria dos homens na Terra até os dias atuais,
experimentam o que se chama de “fé titubeante”. Acreditam, dizem que
crêem, pregam nos templos, se dedicam a alguma causa nobre, a alguma
igreja, seguem dogmas pré estabelecidos por estas, rezam, mas na
primeira tormenta ou tempestade se sentem desassistidos por Deus. Basta
um simples problema de saúde na família para se indagarem internamente
sobre o amor do Pai. É por isso que até os dias atuais, ainda vale o que
disse Jesus há dois mil anos “Se tivésseis a fé do tamanho de um grão
de mostarda...”
A fé nas grandes almas é calma, mansa, desnecessário se torna falar
sobre ela, pregar, tentar provar,ela simplesmente é. Está. Existe. Nos
momentos conturbados e difíceis ela se mostra imperiosa sobre o Espírito
que a possui dando força sobrenatural na hora da luta e certeza da
caminhada, mesmo esta, sendo amarga. Ele nunca sente-se só ou abandonado
pelo Pai pois sabe que aquilo é um aguilhão necessário e que vai
passar. No sofrimento se desenvolve a sensibilidade e isto por si só
deveria ser motivo suficiente de entendimento e compreensão da dor. As
grandes almas são assim em relação a tudo que vivenciam. Se o momento é
ruim, se resignam sem revoltas e com uma profunda e desconsertante
certeza de que aquele sofrimento vai ter fim. Por vezes parecem frias em
relação a dor ou a perda que experimentam, mas é só conhecimento da
eterna mudança que é a vida. Se o momento ao contrario é bom,curtem,
aproveitam com lucidez, mas sem apegos por que sabem que este também vai
passar. Sua noção da impermanência de tudo é mais abrangente que em
outros seres e por isso, a falta de apego aos amores, as pessoas, coisas
e situações é plenamente vivenciada e o torna realmente livre. Esta
liberdade é consciente e por isso traz paz e felicidade. Ser desapegado
de coisas, situações e pessoas é amar como Jesus nos amou. Deixando-nos
ser livres.
Como falar destas grandes almas sem falar da afabilidade e da doçura
que sempre os distinguem entre os homens? A meiguice, a brandura e o
semblante de paz de que são portadores? Como não reconhecê-los como
verdadeiros enviados do Cristo? Existiu alma mais dócil que Ele, o
Mestre Jesus? Não nos disse Ele “Reconhecereis meus verdadeiros
discípulos por muito se amarem.” ?
O caminho necessário para se tornar uma grande alma, é disponível a
todos os homens, lembrando de que Deus,como um bom Pai, não privilegia a
nenhum de seus filhos, bastam a estes se reeducarem e manterem-se
firmes na vontade de se melhorar, se moralizar e aprender realmente a
amar.
Lembrei-me de um livro que li, de Léon Denis, presente de uma amiga
querida, chamado “O Grande Enigma” em que o autor nos brinda com a
seguinte reflexão: “Tantos mundos, quantas escolas para a Alma,
quantos campos de evolução para cultivar o nosso entendimento e , ao
mesmo tempo, para construir organismos fluídicos cada vez mais
delicados, purificados, brilhantes. Depois das lutas, dos tormentos, dos
revezes de mil existências árduas, depois das provações e das dores dos
ciclos planetários, virão os séculos de felicidade, nesses astros
felizes, cujas claridades projetam sobre nós raios de paz e de alegria.
Em seguida as missões benditas, os novos apostolados, a tarefa invejável
de provocar o estímulo, o desabrochar das Almas adormecidas, de
auxiliar, por nossa vez, nossos irmãos mais moços em suas peregrinações
através das regiões materiais ...Marcha, Marcha, eleva-te pelo trabalho,
faze o bem, cumpre teu dever. Vem a nós outros que iguais a ti,
pensamos, lutamos e sofremos nestes mundos da Matéria. Vem prosseguir
conosco sua ascensão para Deus”.
Com este convite, me despeço. Que a paz destas grandes almas esteja presente em seus lares.
Que assim seja.
Paula de Paula
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