domingo, 8 de dezembro de 2013

As Grandes Almas

Existe uma frase que eu amo e da qual não sei a autoria que diz assim: “Mede-se a evolução de uma alma pelo numero de almas que ela influencia beneficamente”. Acredito que nada sintetiza mais fielmente o trabalho das grandes almas que aportam no orbe terrestre desde sempre, a mando de Jesus, visando o progresso do planeta. Nascem e crescem como qualquer homem comum, experimentam problemas da matéria densa e convivem com pessoas nas mais variadas situações. A forma com que esta convivência se dá e a maneira com que atravessam as vicissitudes durante a vida, se tornando exemplo de superação e dignidade, é que apontam a real diferença da maturidade espiritual daquele ser. Não são daqui. Não podem ser. Não são terráqueos. São seres vindos de outras esferas de luz, que já percorreram o caminho evolutivo em outros mundos e optaram por renascer na Terra, por que nos enxergam como irmãos (como os homens deveriam se enxergar, desde sempre) e querem ajudar, contribuir e realizar não para si e sim, para o próximo.
Tudo em uma grande alma assume caráter humanitário. Por que o Espírito de luz traz em seu programa reencarnatório, o trabalho pelo bem do próximo como seu objetivo primordial. Já entendeu que trabalhando para a felicidade do outro está em realidade,contribuindo para sua própria felicidade e progresso. Afinal, estamos todos interligados, somos todos um. Por mais que o mergulho na matéria densa tenha retirado as lembranças reminescentes de seu propósito de vida, este se mostra desde sempre nas aptidões, na profissão escolhida, na escolha do local e tipo de trabalho e estudo, e principalmente, na imensa fé em Deus. Estamos falando agora de fé: aquisição espiritual da maior importância. Sim, fé é uma aquisição do Espírito. E existem vários tipos de fé em Deus, não é verdade? A maioria dos  homens na Terra até os dias atuais, experimentam o que se chama de “fé titubeante”. Acreditam, dizem que crêem, pregam nos templos, se dedicam a alguma causa nobre, a alguma igreja, seguem dogmas pré estabelecidos por estas, rezam, mas na primeira tormenta ou tempestade se sentem desassistidos por Deus. Basta um simples problema de saúde na família para se indagarem internamente sobre o amor do Pai. É por isso que até os dias atuais, ainda vale o que disse Jesus há dois mil anos “Se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda...”
A fé nas grandes almas é calma, mansa, desnecessário se torna falar sobre ela, pregar, tentar provar,ela simplesmente é. Está. Existe. Nos momentos conturbados e difíceis ela se mostra imperiosa sobre o Espírito que a possui dando força sobrenatural na hora da luta e certeza da caminhada, mesmo esta, sendo amarga. Ele nunca sente-se só ou abandonado pelo Pai pois sabe que aquilo é um aguilhão necessário e que vai passar. No sofrimento se desenvolve a sensibilidade e isto por si só deveria ser motivo suficiente de entendimento e compreensão da dor. As grandes almas são assim em relação a tudo que vivenciam. Se o momento é ruim, se resignam sem revoltas e com uma profunda e desconsertante certeza de que aquele sofrimento vai ter fim. Por vezes parecem frias em relação a dor ou a perda que experimentam, mas é só conhecimento da eterna mudança que é a vida.  Se o momento ao contrario é bom,curtem, aproveitam com lucidez, mas sem apegos por que sabem que este também vai passar. Sua noção da impermanência de tudo é mais abrangente que em outros seres e por isso, a falta de apego aos amores, as pessoas, coisas e situações é plenamente vivenciada e o torna realmente livre. Esta liberdade é consciente e por isso traz paz e felicidade. Ser desapegado de coisas, situações e pessoas é amar como Jesus nos amou. Deixando-nos ser livres.  
Como falar destas grandes almas sem falar da afabilidade e da doçura que sempre os distinguem entre os homens? A meiguice, a brandura e o semblante de paz de que são portadores? Como não reconhecê-los como verdadeiros enviados do Cristo? Existiu alma mais dócil que Ele, o Mestre Jesus? Não nos disse Ele “Reconhecereis meus verdadeiros discípulos por muito se amarem.” ?
O caminho necessário para se tornar uma grande alma, é disponível a todos os homens, lembrando de que Deus,como um bom Pai, não privilegia a nenhum de seus filhos, bastam a estes se reeducarem e manterem-se firmes na vontade de se melhorar, se moralizar e aprender realmente a amar.
Lembrei-me de um livro que li,  de Léon Denis, presente de uma amiga querida, chamado “O Grande Enigma” em que o autor nos brinda com a seguinte reflexão: “Tantos mundos, quantas escolas para a Alma, quantos campos de evolução para cultivar o nosso entendimento e , ao mesmo tempo, para construir organismos fluídicos cada vez mais delicados, purificados, brilhantes. Depois das lutas, dos tormentos, dos revezes de mil existências árduas, depois das provações e das dores dos ciclos planetários, virão os séculos de felicidade, nesses astros felizes, cujas claridades projetam sobre nós raios de paz e de alegria. Em seguida as missões benditas, os novos apostolados, a tarefa invejável de provocar o estímulo, o desabrochar das Almas adormecidas, de auxiliar, por nossa vez, nossos irmãos mais moços em suas peregrinações através das regiões materiais ...Marcha, Marcha, eleva-te pelo trabalho, faze o bem, cumpre teu dever. Vem a nós outros que iguais a ti, pensamos, lutamos e sofremos nestes mundos da Matéria. Vem prosseguir conosco sua ascensão para Deus”
Com este convite, me despeço. Que a paz destas grandes almas esteja presente em seus lares. 
Que assim seja.

Paula de Paula

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