segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Desencarnes coletivos


A morte é um dos problemas mais difíceis de ser enfrentado, pois é sempre vista como mistério. Todos nós temos compromissos de reajuste perante a Lei que rege o Universo.
Para os que professam determinadas religiões, é impossível compreender o sentido divino dessas tragédias, porque acreditam piamente que o homem vive na Terra uma vez somente. Agora, para aqueles que admitem que já viveram antes, fica mais fácil.
As grandes comoções que ocorrem na vida material trazem sempre enormes indagações e dúvidas por parte daqueles que ainda não adquiriram conhecimentos das verdades evangélicas a respeito da “Lei de Causa e Efeito” e das vidas sucessivas. Por este motivo, em determinados momentos de confusão mental e de dúvidas terríveis, as criaturas chegam a questionar o próprio Criador: Por que permitiu uma coisa dessas?
Esses acontecimentos, chamados catastróficos, como por exemplo, acidentes aéreos, marítimos, rodoviários, ferroviários e, hoje em dia, até por ato terrorista, que ocorrem com grupos de pessoas, muitas delas sem se conhecerem sequer, com famílias inteiras, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são punições divinas. Geralmente são resgates coletivos que várias pessoas, juntas, precisam passar. Na realidade, essas pessoas atingidas estão marcadas, nos registros da espiritualidade, para participarem dessas desencarnações coletivas.
Não se pode negar aqui que possa haver a fatalidade, pois ela acontece algumas vezes. Então, é dada uma nova chance do recomeço após instrução sobre as causas do ocorrido. Entretanto, no que se refere às mortes coletivas, isso não é o mais comum.
Se analisarmos esses fatos unicamente pelas causas humanas, poder-se-ia chegar à conclusão da má sorte de se estar exatamente naquele lugar e naquele momento. Entretanto, quando se expande esta compreensão e nela se agrega a lei de causa e efeito e o princípio das vidas sucessivas, o cenário começa a fazer sentido. Podemos entender que nessas mortes coletivas há um encontro marcado de Espíritos que foram protagonistas de equívocos de comportamento e que na atual estada na Terra, estão zerando as suas pendências.
Toda ação que praticamos, boa ou má, recebemos de volta. Nosso passado determina o nosso presente, ou seja, o que temos hoje é reflexo direto do nosso ontem. Se o raciocínio vale na escala individual, por que não valeria também para a escala coletiva?
Na provação coletiva, dá-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo delito ou de outros semelhantes, praticados num pretérito longínquo. Pode-se citar como exemplos de delitos as Cruzadas, a Inquisição, as Guerras, os atentados terroristas e outros similares, isto é, uma gama de violências e absurdos, em que todos os participantes só se livram das dívidas quitando-as.
Mas por que só agora? Perguntarão. É que somos Espíritos em aprendizado e, por este motivo, vamos adiando por várias encarnações a expiação necessária, até que haja o entendimento necessário à respeito da importância desse tipo de resgate. Assim, quando há compreensão, muitas vezes o próprio Espírito errante pede permissão para cumprir o que é necessário para seu adiantamento.
O interessante é que o próprio Espírito assume, antes de reencarnar, esse compromisso com o propósito de resgatar esses velhos débitos. No livro Ação e Reação, André Luiz afirma esse fato: “Nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.
Quando é chegada a hora do desencarne coletivo, a Espiritualidade superior, possuindo o conhecimento prévio desses fatos, providencia equipes de socorro para a assistência a esses Espíritos que irão adentrar no plano espiritual. Que passam a estar prontos para experimentar novas experiências engrandecedoras.
É importante saber que, mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, individualmente, a situação dos traumas e do despertar no outro plano dependerá da evolução de cada um. Desse modo, a Providência Divina ampara tanto àqueles que assumiram tais resgates aflitivos e estarão prontos para a vida no reino dos Céus, quanto aqueles que ainda caminharão por estradas sinuosas ao longo da caminhada evolutiva.
Há aqueles que escapam minutos antes dos acidentes coletivos, por não precisarem passar por essa situação.   É por isso que muitos perdem o avião, o trem, o ônibus que se acidentaria dali a pouco, enquanto outros viajam nesses meios de locomoção inesperadamente.
Segundo um ensinamento evangélico, “Não cai uma só folha da árvore sem que Deus saiba”. E, com toda certeza, as mortes coletivas são parte da generosidade divina para com seus filhos, pois permite que eles alcancem o melhoramento através de sua resignação e experiência na Terra.
 
 
Centro Espírita de Estudo Nossa Casa
 

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