domingo, 31 de março de 2013

A Volta do Mestre

Jesus de Nazaré foi o mais elevado instrutor espiritual que já viveu na face da Terra. Ele nos deixou um código moral que reflete as próprias leis do universo. O seu Evangelho é o mais perfeito tratado de espiritualidade que existe. O grande Mestre soube, com simplicidade e sabedoria, ensinar princípios de comportamento que seguidos, proporcionam aos indivíduos elevarem-se a níveis superiores da existência.

A expansão do Cristianismo no mundo despertou o interesse dos poderosos e isto fez com que os ensinamentos do Mestre sofressem alterações ao longo dos séculos. Essas mudanças e interpolações visavam atender a interesses pessoais ou corporativos e macularam o conteúdo do evangelho. Felizmente, a essência ficou preservada, mantendo-se fiel à fonte e aos propósitos doutrinários de Jesus.

Outra questão causadora de muita confusão são as interpretações equivocadas dos exegetas que adulteram por completo o sentido dos ensinamentos doutrinários. A depender da proposta religiosa que defendem, contradizem-se entre si, cultuando ou negando conceitos sublimes por ignorância, estreiteza mental ou pura vaidade.

O mais sábio dos homens pregou as verdades divinas em uma linguagem simples e de fácil compreensão, visando despertar àquela gente rude e de pouca ou nenhuma instrução. Era impossível entenderem conceitos como: reencarnação, carma, corpo etérico, entre outros. Por isso, muito do que disse guardava um simbolismo oculto e esotérico que fugia a literalidade e era endereçado às futuras gerações.

Os ensinamentos de Jesus não foram gravados na pedra, tanto é que Ele não os deixou por escrito. Portanto, assim como a ciência evolui na pesquisa e estudo dos fenômenos naturais buscando entende-los melhor a cada dia, assim também deve ser feito com as verdades divinas ditas por Ele, ainda tão mal compreendidas pelos homens.

O cético que não acredita existir vida inteligente fora da Terra como interpreta a afirmação de Jesus  “A Casa do meu Pai tem muitas moradas”? Como ocorreria a ressurreição dos mortos, em que corpo eles ressurgiriam? O que é, e como ocorrerá o arrebatamento? Enfim, são inúmeras palavras, ideias e afirmações que não sobrevivem à luz do bom senso e da razão, e sugerem estudos e aprofundamento em suas interpretações.

O entendimento de muitos cristãos sobre a volta de Jesus é um capítulo à parte no estudo doutrinário das religiões. Fico a pensar como seria a segunda vinda do Mestre, caso ocorresse conforme a interpretação bíblica de religiosos presos ao rigor das palavras. Imaginemos nos dias de hoje surgir um homem de hábitos simples, dizendo-se enviado de Deus, a pregar igualdade entre os homens, contrariando interesses dos poderosos e defendendo os pobres e necessitados. Certamente seu fim não seria muito diferente do ocorrido na colina do Gólgota. 

O Cristo não voltará simplesmente por que Ele nunca se foi. O que nos aproxima ou afasta dele são nossas ações no mundo, a forma como aplicamos seu evangelho em nossa vida mundana. A "segunda vinda de Jesus" será exclusivamente pela via interna do espírito, pois quanto mais evolui espiritualmente o homem, mas absorverá a Luz do Cristo.

Hoje, Jesus de Nazaré é uma excelsa entidade espiritual que habita os mundos superiores na “Casa do Pai”. Não precisaria de “carruagem de fogo” nem de outro corpo físico para manifestar-se perante nós. Sua presença é sentida através do coração, basta para isso sintonizarmos sua energia sublime e amorosa.

Porém, esta sintonia só ocorrerá quando amarmos ao próximo como a nós mesmos, querendo e fazendo para ele exatamente o que desejamos e fazemos para nós, e tratando-o como gostaríamos de sermos tratados. 

Simples assim.

Carlos A S Sales

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